HIV no Acre: Mais de 110 gestantes foram diagnosticadas em menos de 5 anos

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HIV no Acre revelou ainda que dois recém-nascidos receberam o diagnóstico da doença no Estado; até 7 de dezembro, 16 mulheres foram diagnosticadas com HIV na gestação

Mais de 110 mulheres foram diagnosticadas com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) durante a gestação no Acre, em menos de cinco anos. Os dados são Núcleo Estadual das Infecções Sexualmente Transmissíveis do HIV, Hepatites Virais e Sífilis e correspondem ao período de 2019 até o dia 7 de dezembro de 2023.

HIV no Acre

Hoje, os casos de HIV no Acre representam em torno de 8,3% do total de diagnósticos da doença no mesmo período. Entre 2019 e 2023, segundo os dados da Saúde, 1.373 pessoas foram notificadas com HIV no Acre.

Apenas neste ano, de janeiro aos primeiros dias de dezembro, foram 16 casos novos de HIV em mulheres grávidas no estado. Com uma população de 364.756 habitantes, segundo o Censo de 2022, Rio Branco registrou 62,5% do total de notificações em gestantes este ano, com 10 diagnósticos.

Faixa etária

Com relação à faixa etária com maior número de casos no Acre, o levantamento aponta que é a de 20 a 34 anos, com um total de 74 casos. Em seguida vem o grupo com idade de 15 a 19 anos, com 22 diagnósticos.

Do total de casos nos menos de cinco anos, 61 foram registrados em Rio Branco e 12 em Sena Madureira. Aproximadamente 92,9% das mulheres gestantes com HIV se identificam como pardas.

Os dados indicam ainda que entre 2019 e 2023 foram registrados dois casos de recém-nascidos com HIV, sendo um em 2021, em Sena Madureira, e um este ano em Rio Branco.

“A gestante com HIV é encaminhada para a Policlínica do Tucumã, que é referência para gestação de alto risco. E como HIV é um agravo que torna a gestação de alto risco, então ela é acompanhada na Policlínica do Tucumã. E em relação à criança, quando nasce com o HIV, ela é acompanhada por infectologistas, que também acompanham a mãe. E o recém-nascido exposto ao HIV, ou seja, que é filho de mãe positivo para o HIV, ele é acompanhado também até os 18 meses para ver se ele não vai soroconverter para o HIV”, coordenador do núcleo, Jozadaque da Silva Beserra.

Entre 2018 e novembro deste ano, 99 pessoas com diagnóstico de HIV morreram no Acre.

Dezembro Vermelho

Sendo assim, é de extrema importância o reforço da campanha Dezembro Vermelho, que conscientiza e luta contra o HIV/AIDS. Segundo Nathalia Belletato, enfermeira do SUS, “Esta campanha surge mais uma vez como um farol de conscientização, iluminando a importância contínua da luta contra o HIV/AIDS. Esta campanha não é apenas uma expressão de solidariedade, mas um lembrete urgente de que, apesar dos avanços, a batalha contra a AIDS está longe de ser vencida. É preciso uma chamada necessária para a conscientização.”

Beserra informou que, atualmente, 1.909 pacientes recebem tratamento contra o HIV no Acre. Ele informou ainda que ao longo do mês de dezembro, que é conhecido como “Dezembro Vermelho”, são realizadas ações de conscientização e prevenção em todo o estado.

“A prevenção é a melhor arma, na verdade, contra qualquer tipo de agravo e não diferentemente em relação ao HIV. Ainda é melhor prevenido que tratado. Hoje no estado, o governo do Acre, não mede esforços em relação à expansão da prevenção. E hoje no Acre, já é possível a gente ter outras formas de prevenção quando a gente fala em relação ao HIV. Muita gente pensa que existe só o preservativo, as camisinhas, e de fato ela é o meio preventivo mais barato. Mas existem outras formas de prevenção que, quando combinados, protegem ainda mais esse paciente. Por exemplo, existe a PrEP e a PEP. Que são comprimidos, são antirretrovirais, que o paciente que não tem HIV mais que se expõe, ele toma para se proteger mais ainda do risco de contrair o HIV”, explicou Beserra.

Acompanhamento trimestral de HIV no Acre

O coordenador informou ainda que os pacientes podem receber acompanhamento trimestralmente, que é feito o monitoramento, testes rápidos, e entrega de medicamentos.

Por fim, no caso de paciente que se expôs ao vírus, seja por uma relação sexual consensual com potencial risco de infecção, ou porque foi uma violência sexual, ou também para os profissionais de saúde ou para as pessoas que chegaram a ter contato com alguma agulha, existe a PEP, que é o uso de medicamento anti-HIV em caráter de urgência.

*Foto: Reprodução/br.freepik.com/fotos-gratis/mulher-gravida-que-toca-em-sua-barriga_937079

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