Saiba como seu glitter de Carnaval impacta o meio ambiente

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Todo início de ano é a mesma coisa: o tão sonhado Carnaval chega.

Para muitas pessoas significa montar a fantasia mais original e sair às ruas em bloquinhos, seja de bairro, ou no sambódromo.

E o item indispensável para a maquiagem é o glitter.

Porém, o que muitos nem imaginam é que este artefato que nos deixam brilhosos no carnaval ou em outros tipos de festividades, pode causar um grande dano ambiental.

POR QUE O GLITTER GERA ESSE ESTRAGO NA NATUREZA?

Sua confecção é à base de plástico que produzem minúsculas partículas desse componente, ou seja, ele não é biodegradável.

Chamados de “microplástico”, por ser um material de menos de 5 milímetros, o glitter é um agente causador de alta poluição nos oceanos.

Por ter este tamanho pequeno, ele não consegue ser filtrado quando despejado no ralo durante o banho ou pela pia ao lavar o rosto.

O material não chega a passar pela filtração de um sistema de esgoto, por exemplo e vai direto para os rios e mares.

FAUNA MARINHA AMEAÇADA

Quando o microplástico atinge o oceano, os peixes acabam ingerindo o material.

De acordo com pesquisas divulgadas pela Universidade de Massey, na Nova Zelândia, a ingestão dessas micropartículas podem interromper o início da cadeia alimentar dos plânctons.

Os plânctons fazem parte da cadeia de alimentação dos peixes e estes por sua vez alimentam os seres humanos, impactando todo um processo.

Mesmo assim não tem como saber ao certo a porcentagem real de estrago no meio ambiente que o glitter pode ocasionar.

Porém, o material é contabilizado entre os microplásticos que poluem o oceano.

Segundo um estudo da Imperial Colllege London, em parceria com especialistas da Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Holanda, e outros países – são entre 15 e 51 trilhões de partículas.

ATITUDES MENOS POLUENTES

Como ainda não há uma tese definitiva em torno de todo o processo de dano ambiental que este tipo de material pode gerar, nós podemos fazer nossa parte também.

Ao não colocarmos glitter no rosto ou em outras partes do corpo como item de destaque, estamos contribuindo para ocorrer menos poluição nos oceanos e lagos.

Nós podemos substituir o artigo brilhante que tanto anima os foliões por outros materiais, como sombras metalizadas e coloridas ou ainda penteados diferentes e outros acessórios. Basta usar a criatividade.

COMO O GLITTER É PRODUZIDO?

Como já sabemos, o glitter é derivado do plástico.

Fabricado a partir de placas de PET ou PVC, o microplástico passa por um processo de metalização com o uso do alumínio e depois são tingidas de diversas cores.

Após esse procedimento, as placas de plásticos são revestidas novamente com uma camada transparente para manter sua cor e dar consistência ao alumínio.

Ao final de tudo, as placas são cortadas e também trituradas até chegarem ao tamanho minúsculo que conhecemos.

GLITTER BIODEGRADÁVEL

Apesar de não ter sido proibido, já está em funcionamento a produção do glitter biodegradável por empresas brasileiras e de outros países.

Sua fabricação é feita a partir da celulose, que também consegue ser metalizada graças ao uso de uma camada de alumínio – o suficiente para não gerar outro impacto ambiental.

Mesmo com estas atitudes, ainda não seria suficiente para diminuir o impacto ambiental, pois haveria uma forte demanda de produção do glitter menos poluente.

O ideal seria reduzirmos o uso de glitter em nossa maquiagem carnavalesca.

*Foto: Reprodução / Free Images – Kay Garston

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